Fundação VW realiza a 1ª Jornada do Conhecimento, voltada à BNCC

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Postado 19 de outubro de 2018 por bisponeto em
No dia 11 de outubro, a Fundação Volkswagen realizou a 1ª edição das Jornadas do Conhecimento, em São Paulo (SP). Renato Janine Ribeiro (ex-Ministro da Educação e Professor Titular da Universidade de São Paulo) e Mozart Neves Ramos (Diretor de Articulação e Inovação do Instituto Ayrton Senna) dialogaram sobre a Base Nacional Comum Curricular para a Educação Infantil e o Ensino Fundamental, a partir de um olhar para as competências.

O bate-papo reuniu cerca de 60 pessoas – entre educadores, universitários e representantes do terceiro setor – e foi mediado pela jornalista Flávia Yuri Oshima. As Jornadas do Conhecimento têm como objetivo juntar especialistas para discutirem temas relacionados às áreas de investimento social (educação e desenvolvimento de comunidades) e às causas apoiadas pela Fundação Volkswagen.

O evento foi aberto por Daniela de Avilez Demôro, Superintendente da Fundação e Diretora de Assuntos Jurídicos da Volkswagen do Brasil. Em sua fala de boas-vindas, ela destacou a importância da BNCC como o documento que define as aprendizagens essenciais que todos os alunos devem desenvolver durante a Educação Básica.

Além disso, anunciou que a Fundação está investindo R$ 3 milhões para apoiar o poder público na implantação da Base até 2020. “O montante é uma contrapartida aos recursos do BNDES direcionados à Volkswagen do Brasil e será aplicado em parceria com o Instituto Ayrton Senna”, revelou Daniela Demôro.

Na sequência, a jornalista Flávia Oshima deu início ao bate-papo, enfatizando a relevância do recorte proposto para a Jornada: “As competências são consideradas a parte mais inovadora da Base Nacional Comum Curricular. É a primeira vez que explicitamos as habilidades fundamentais que os alunos devem desenvolver, independentemente do componente curricular”.

Em sua primeira reflexão, Mozart Neves Ramos revelou que “várias empresas e organizações estão à procura de profissionais com habilidades e competências cognitivas e socioemocionais – como pensamento crítico e criatividade – que permitam transformações efetivas na sociedade. Mais do que isso, como preconiza a Constituição, a educação deve promover o desenvolvimento pleno das pessoas”.

Renato Janine Ribeiro, por sua vez, refletiu sobre a importância do trabalho em equipe e reforçou a diferença entre competência e conteúdo. “A Base sinaliza para o Brasil inteiro o que deve ser aprendido em cada idade, sem descuidar das particularidades de cada região. A maioria das competências gerais somente fazem sentido se trabalhadas coletivamente”.

“Para isso, é necessário investirmos fortemente na ética, ou seja, no respeito ao outro. Educar, do latim, significa ‘levar de dentro para fora’. Assim, além da perspectiva profissional, a educação visa a formar pessoas com amplas perspectivas de mundo, que saibam fazer escolhas e enfrentar os desafios e as dificuldades da vida”, arrematou Janine, Professor Titular de Ética e Filosofia Política da USP.

A formação de professores foi outro tema bastante discutido durante o bate-papo. As questões levantadas pelos debatedores e pelo público envolveram, por exemplo, o distanciamento entre as universidades e a realidade das escolas e a falta de atratividade da carreira docente.

“A Base propõe aos educadores que trabalhem a interdisciplinaridade, por meio de áreas do conhecimento. O bom professor não é somente aquele que sabe resolver a equação de segundo grau, mas sim quem motiva o aluno a aplicá-la em outras coisas da vida”, afirmou Mozart Neves.

“Não podemos ver somente falhas na educação brasileira. Há muito a fazer, mas também tivemos avanços nos últimos anos. O Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), por exemplo, tem apresentado melhorias. Em relação à formação dos professores, as universidades descuidaram um pouco dos elementos pedagógicos. Não basta dominar os aspectos teóricos de um conteúdo; é preciso saber ensiná-lo”, ponderou Renato Janine Ribeiro.

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