Ases do Volante

Haroldo Vaz Lobo: o piloto passa, a história fica

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Postado 28 de agosto de 2013 por bisponeto em
Estão sendo completados neste mês de agosto cinco anos da morte de um dos pilotos de carreteira mais populares do Paraná e considerado um dos expoentes do automobilismo de competição brasileiro nas décadas de 1950\60, quando praticamente não existiam autódromos e as provas eram realizadas em circuitos de rua improvisados ou ao longo de estradas ensaibradas, estreitas, cheias de pedras soltas, buracos, lama ou poeira, curvas fechadas, pontilhões nos quais passava apenas um carro de cada vez, entre outros obstáculos. Por causa disso, os pilotos de carros de corrida de então eram denominados “Ás do Volante”.

Haroldo Guimarães Bastos Vaz Lobo, de tradicional família curitibana, nasceu em 1926 e faleceu a 2 de agosto de 2008, na capital paranaense. Desde jovem teve atração pela velocidade motorizada, começando a competir em Curitiba em corridas demotocicletas, tendo pilotado uma Indian500 modelo TT . Durante certo tempo seu trabalho consistiu em trazer, rodando, automóveis novos de São Paulo, os quais eram entregues a uma revenda da fábrica em Curitiba. Foi aí então que começou a participar das corridas de carros tanto na categoria Turismo quanto na Força Livre, sendo esta a categoria especial que envolvia automóveis de passeio adaptados para competição, ou seja, as famosas carreteiras que dominaram o cenário automobilístico de competição por muitos anos no Brasil, até que aqui começou a fabricação de veículos.

Vaz Lobo foi contemporâneo e disputou metro a metro muitas corridas com outros pilotos paranaenses famosos na época, tais como Paulo Buso, Euclides Bastos (Pereréca), Miroslau Socachewski, além de catarinenses, gaúchos e paulistas. É sua a declaração: “Eu não me intimidava com carros mais fortes que o meu. Eu não era daqueles pilotos que deixavam de entrar na pista quando sabiam que teriam de enfrentar concorrentes melhor preparados. Eu participava de todas as corridas, com ou sem chance de vencer.” Foi ele um dos pilotos brasileiros que mais participou da mais famosa competição automobilística do país, ou seja as Mil Milhas Brasileiras, em Interlagos\ASP, quando praticamente só corriam carreteiras, num total de cinco vezes. Por outro lado, de todos os pilotos que participaram da primeira Mil Milhas, em 1956, ele foi um dos últimos a falecer.

Justamente por ser um dos últimos pilotos vivos que haviam participado da I Mil Milhas Brasileiras, Vaz Lobo foi homenageado durante encontro de carreteiras e pilotos no dia 019\2007, na cidade de Passo Fundo\RS. Numa fotografia que estamos mostrando, Haroldo, trajando o mesmo macacão usado naquela competição, recebe a homenagem dos organizadores da reunião. Esta foi a última homenagem que o piloto recebeu em vida, pois, pouco tempo depois veio a falecer.

Em outra foto ainda em Passo Fundo, naquela mesma data, quando foi realizado histórico encontro de pilotos e suas carreteiras, Vaz Lobo aparece com sua carreteira Ford 1940 motor V8 – número 5 – com o galgo branco pintado na porta, fazendo uma curva na avenida principal da cidade, durante corrida simulada comemorativa ao evento. Essa com toda certeza foi a última vez que pilotou o seu carro de corrida, fazendo questão de estar entre os primeiros.

Outro flagrante mostra o piloto com sua carreteira número 5 fazendo a curva em frente ao Colégio Estadual do Paraná\Curitiba, numa corrida realizada em 1954, quando obteve o quarto lugar.

A última competição oficial disputada por Haroldo Vaz Lobo foi a grande prova de inauguração da pavimentação asfáltica entre Curitiba e Londrina, no Norte do Paraná, numa distância de 802 quilômetros ida e volta, no dia 18 de dezembro de 1966. Pilotando um Simca V8, ele fez décimo lugar entre 32 pilotos de todo o país.

 

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