Coluna Histórias & Estórias – Por Chico Lelis:
Atenção com sinalização da Rio-Santos
Foi em Diamantina onde nasceu J.K.
Que a princesa Leopoldina “a resolveu” se casar
Mas Chica da Silva tinha outros pretendentes
E obrigou a princesa a se casar com Tiradentes
Laiá, laiá, laiá, o bode que deu vou te contar
Joaquim José, que também é da Silva Xavier
Queria ser dono do mundo
E se elegeu Pedro Segundo
Das estradas de Minas, seguiu pra São Paulo
E falou com Anchieta…
Essa música, um samba, de Sérgio Porto mais conhecido por Stanislaw Ponte Preta, me veio à mente assim que entrei na rodovia Rio-Santos, no trecho administrado pelo DER SP (o Google, erra ao informar que a CCR Rio-Santos é a concessionária responsável, o que ocorre depois de Ubatuba), entre Boiçucanga, o nome oficial do bairro de São Sebastião (também há que escreva Boissucanga) e Bertioga.
Por que? Porque a sinalização orientando sobre as velocidades a serem obedecidas deixa qualquer motorista/motociclista enlouquecido, tal a confusão causada por ela.
Você entra na rodovia, na verdade uma grande avenida que liga São Paulo e Rio de Janeiro por belas praias e logo se depara com placas de 40 km, faz uma curva e aparece outra, aumentando a velocidade para 60 km. Seguindo cerca de 200 metros, surge outra, baixando para 40 km. Menos de 100 metros depois, outra de 60 km. E isso sem qualquer razão que justifique essas mudanças.
Parece mesmo que o Sérgio Porto inspirou quem planejou a colocação da sinalização das placas de velocidade, pelo menos no trecho que percorri da Rio-Santos.
E, para deixar o usuário da estrada/avenida ainda mais confuso, nos últimos tempos foram instalados radares para punir – com toda razão – os infratores. Mas, muitas vezes colocados muito próximos após a placa que indica uma velocidade menor a que era permitida anteriormente, como acontece no sentido São Paulo-Rio, defronte à Índia das Ostras (e que deliciosas ostras têm lá, como o lambe-lambe de mariscos), de 80 km para 60 km. Impossível baixar a velocidade com uma distância tão pequena.
É claro que a Rio-Santos, em muitos de seus trechos, mais uma avenida que uma rodovia, vem merecendo nestes, maior atenção por parte da fiscalização, em razão da grande circulação de pessoas e ciclistas que correm grandes riscos com a velocidade acima dos 80 km/h (a maior permitida em toda sua extensão) imprimida a muitos veículos que por ela trafegam.
315 km/h na Rio-Santos
Há muitos anos passados, havia um retão na Bertioga, com quase 10 quilômetros de extensão. Os mesmos10 quilômetros continuam lá, mas hoje não é mais possível pisar fundo no acelerador, tal a quantidade de radares e faixas para travessia de pedestres, que são muitos na área e precisam ter suas vidas preservadas. Foi ali que o piloto Fabio Sotto Mayor bateu o recorde brasileiro de velocidade, com um Opala, em 1991, atingindo 315 km/h em cinco quilômetros daquele trecho da Bertioga. Hoje, não passaria dos 40 km/h. E com um detalhe, não há nem mesmo espaço para ultrapassagens.
Mas, se as placas indicativas de direção causam dúvidas para os motoristas, uma coisa é preciso destacar: o asfalto nunca esteve tão bom, assim como a sinalização de solo. As faixas dividindo as faixas de rolamento – uma que vai outra que vem – indicando onde ultrapassar e onde não estão bem pintadas e não deixando dúvidas aos motoristas. Ela está tão boa que se o seu carro tem alerta de saída de faixa (que dá alerta, sonoro ou por meio de aviso luminoso no painel) ou assistente de permanência na faixa (sistema ativo, que “joga” o carro de volta, antes que ele passe para outra faixa) os sistemas vão funcionar. (Chico Lelis – chicolelis@gmail.com).
