​Coluna Histórias & Estórias – Por Chico Lelis:

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Postado 16 de maio de 2025 por Alexandrino Cipriano em

Estrada da Petrobras.

Ufa! Foi por pouco!!! Tudo aconteceu no começo dos anos 80, quando fui convidado por um grupo de fãs do 4×4, para descer pela estrada de serviço da Petrobras, de Salesópolis, (​c​omo foi renomeada em homenagem ao presidente Campos Sales, que um dia visitou a cidade,​ em 1905) ainda na Região Metropolitana de São Paulo, até Caraguatatuba, no Litoral Norte, cerca de 50 km Serra do Mar abaixo, tudo dentro do Parque Estadual da Serra do Mar..

Fui incumbido de descer em um Jeep 1947, muito bem conservado, com tração 4×4 e reduzida, ou seja, tinha três alavancas de câmbio. Enquanto estávamos no asfalta, tudo corria bem, embora eu tivesse pouca intimidade com aquele câmbio “molengo”.

Chegamos ao ponto de partida quando o dia amanhecia e o orvalho ainda deixava o chão úmido, especialmente quando ​a​lcançamos a mata que impedia a entrada do sol.

A caravana de Jeeps parou por ali e foi traçado o plano de descida, por aquela estrada que era só pedra. Muita pedra, pouco e pequenos trechos de terra, o resto, só pedra. E todas ainda brilhando pelo orvalho que as ​m​olhou por toda a noite.

E eu ouvi ​aquela ordem: NADA DE FREIO! Vamos descer já com a reduzida engatada porque o trecho aqui é muito escorregadio. Por isso, Chico Lelis, nada de freio, esqueça que ele existe!

E lá fui eu, logo o primeiro a enfrentar aquele desafio. Eu achei que os caras eram meio loucos, ou muito, por me entregar uma joia daquelas, tratada com todo carinho, nas mãos de alguém que não tinha intimidade com o 4×4.

Mas engatei 4×4, reduzida e comecei a acelerar, bem devagar, como orientava o meu parceiro. Por uns 200 metros, tudo ia bem, até que uma pedra maior surgiu no caminho e, apesar da reduzida e dos pneus próprios para um 4×4, o Jeep deslizou e, nunca me esqueço, o grito dado pelo meu parceiro: NÃO FREIA!!!!

Mas era tarde demais, eu já “carcara” o pé no freio e, o pior só não aconteceu porque, poucos metros adiante surgiu um “nesga” de terra e o freio fez a sua função.

Consegui descer até Caraguatatuba, sem maiores incidentes, esquecendo completamente a existência do freio do Jeep.

Hoje, só de bike

Faz muito tempo que essa vivi essa aventura, que me deixou o coração como aquele filme do “Roberto Carlos a 300 km Por Hora”, mas nunca vou esquecer a beleza da Serra do Mar, vista por dentro, com uma variedade incrível de vegetação e aves, que apareciam por todo o caminho.

Hoje este delicioso passeio só pode ser feito a pé ou de bicicleta. E tem que fazer um cadastro antes e pagar pelo ingresso. Os Jeeps já não entram mais no coração da Serra do Mar, mas sua beleza está lá, conservada. A empresa que cuida da ciclo trilha recebe inscrições pelo site: https://www.ingressesparquespaulistas.com.br/. (Chico Lelis – chicolelis@gmail.com).

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